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10 perguntas para o BRDE sobre o papel da IA no desenvolvimento econômico

Entrevista com Simone Marques de Toledo Camargo, Gerente de Planejamento Adjunta, destaca como o banco tem se posicionado frente à transformação tecnológica e à Inteligência Artificial

No último dia 15 de abril, o Instituto Synapse promoveu mais uma edição da ImersãoIA, reunindo centenas de pessoas em Curitiba para uma jornada intensa de conteúdo, trocas e reflexões sobre o presente e o futuro da Inteligência Artificial. Entre os apoiadores do evento esteve o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), que tem se destacado por seu compromisso com o fomento à inovação e à tecnologia na região Sul do país.

Para entender mais sobre a relação entre desenvolvimento, inovação e tecnologias emergentes como a IA, conversamos com Simone Marques de Toledo Camargo, Gerente de Planejamento Adjunta do BRDE. Ao longo da entrevista, ela compartilhou a visão da instituição sobre o papel dos bancos de fomento na era da transformação digital, os desafios e oportunidades que cercam o uso da IA no ambiente empresarial e as ações que o BRDE vem promovendo para conectar empresas tradicionais e startups em busca de soluções inovadoras.

A seguir, confira as 10 perguntas que fizemos ao BRDE sobre IA, inovação e o futuro do desenvolvimento na região Sul do Brasil.

  1. O que motivou o BRDE a apoiar o ImersãoIA como patrocinador?

R:  Um dos eixos estratégicos do BRDE é o apoio ao ecossistema regional de inovação e considera a Inteligência Artificial um verdadeiro divisor de águas no caminhar tecnológico da humanidade, e que já se consolida como um importante fator de desenvolvimento econômico e social. A IA foi, inclusive, a temática transversal escolhida para a edição de 2025 do Programa BRDE LABS.

  1. Como o BRDE enxerga a importância de eventos como este para o ecossistema de inovação no país?

R:  A troca de ideias e experiências entre as diferentes hélices do desenvolvimento inovador é talvez o maior fator de criação tecnológica que possa existir. O BRDE, que incentiva a inovação aberta, através do Programa BRDE Labs, acredita ser de suma importância ter esses pontos de encontro.

  1. Como você imagina que será o papel de instituições de fomento como o BRDE nos próximos anos, diante de tecnologias como IA, blockchain e automação?

R:  Acredito que neste novo cenário, um banco de desenvolvimento não se pode mais permitir a apenas conceder crédito. Promover o desenvolvimento se torna cada vez mais promover esse encontro entre os nossos clientes e as startups, deep techs e ICTs, que são os principais criadores de tecnologia nessas novas matrizes.

  1. Você percebe que o tema da Inteligência Artificial já chegou com força no ambiente de negócios do Sul do Brasil?

R:  Sem dúvidas. O ganho de produtividade que proporciona a IA nas diversas atividades empresariais já movimenta as empresas que já experimentaram e intrigam cada vez mais aquelas que não tiveram esta experiência. O Sul do Brasil como importante celeiro de startups, sobretudo aquelas focadas no B2B, já parte na frente de outras regiões brasileiras nessa nova jornada.

  1. De que forma o BRDE tem atuado para fomentar projetos ligados à inovação e tecnologia?

R:  O BRDE se destaca como o maior repassador de recursos voltados para o financiamento de inovação na Região Sul.  E desde 2020, promove também anualmente o Programa BRDE Labs, proporcionando o encontro de empresas tradicionais paranaenses com a inovação aberta. Ao longo das primeiras 5 edições, 47 empresas experenciaram a inovação aberta, com 103 desafios lançados, e houve o fechamento de 21 POCs dentro do Programa. O Programa ainda permite o encontro constante de empresas e startups através da Comunidade BRDE Labs, e tais encontros já permitiram a realização de vários negócios para além do calendário do Programa. A edição de 2025 já foi iniciada e conta com mais 10 empresas participantes: 3L Bikes, Atlas Eletrodomésticos, Bree Eficiência Energética, Brose do Brasil, Cooperativa C Vale, Grupo Gondaski, Horse, Lojas MM, MGL Mecânica de Precisão e Millpar. E a partir do dia 20/05 será lançado edital de captação de startups que deverão trazer soluções tecnológicas com uso de inteligência artificial para os desafios das empresas.

  1. O BRDE possui linhas específicas voltadas para projetos que envolvem Inteligência Artificial?

R:  O BRDE é historicamente o maior repassador das linhas de inovação da FINEP, e trabalha também com a linha de crédito BNDES Mais Inovação. Essas linhas permitem o financiamento de quaisquer projetos onde haja criação de conhecimento e desenvolvimento tecnológico, onde, naturalmente, a IA se encaixa.

  1. Do ponto de vista financeiro, quais são os principais desafios que empresas enfrentam para investir em IA hoje?

R:  Acredito que as barreiras financeiras não são um problema, visto que a tecnologia está ficando acessível rapidamente, e que os retornos esperados compensam os investimentos. Cabe às empresas entenderem melhor a tecnologia, de forma que a sua aplicabilidade seja mais efetiva. O compliance também deve ser objeto de discussão.

  1. Como você vê o papel dos bancos de desenvolvimento em impulsionar tecnologias emergentes como IA e machine learning?

R:  Os bancos de desenvolvimento devem estar atentos a todo e qualquer avanço tecnológico e às suas tendências. As novas tecnologias relacionadas à IA têm um poder de disrupção talvez jamais visto nesta geração. E é de suma importância que seja estimulada a aproximação dessas tecnologias à comunidade empresarial.

  1. Curitiba vem se destacando como polo de inovação. Como você enxerga o potencial da região para liderar iniciativas com IA?

R:   Curitiba reúne o melhor das 4 hélices da inovação. A RMC como um todo possui um parque industrial avançado. Temos importantes hubs de inovação na cidade, muitos intrinsecamente ligados à academia, dentre os quais se destaca a Hotmilk, da PUC-PR, que é parceira do BRDE na condução do BRDE Labs. Além disso, Curitiba é um celeiro de startups, sobretudo àquelas voltadas para o B2B, como retailtechs, healthtechs, infratechs e fintechs. Por fim, há iniciativas governamentais, tanto no âmbito estadual como municipal, como o Vale do Pinhão, que incentivam o desenvolvimento das startups e a sua aproximação com os diversos ramos de negócio.

  1. Para empresas que querem tirar um projeto do papel com o apoio do BRDE, por onde começar?

R:   Entrem em contato conosco. Temos uma equipe de prospectores experientes, que poderão direcionar a empresa às melhores soluções de crédito, ou mesmo identificar se a empresa está em um estágio de maturidade que possa eventualmente participar do BRDE Labs, e experimentar a inovação aberta. Para além disso, temos uma política voltada para a inovação, e queremos expandir as fronteiras do BRDE Labs para além do cronograma do Programa. Temos um número de startups em nossa Comunidade que aumenta a cada ano, e buscaremos sempre promover o encontro entre as empresas e as soluções que elas poderão oferecer.